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31/03/2014

JF

João de Barros (o filho), jogos e dívidas

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
As informações sobre a nossa capitania hereditária são as mais desencontradas, tanto quanto ao tamanho como aos seus donatários. Fala-se em 100 léguas, algumas vezes, outras vezes 50 léguas. Uma hora só João de Barros, outra, com Aires da Cunha. Essas distorções são provenientes do desaparecimento dos documentos de doações. Encontram-se somente os Forais, que tratam mais dos direitos e deveres dos donatários. Por isso, trazemos, através dos artigos, informações colhidas no livro de Antonio Baião - Documentos inéditos sobre João de Barros: sobre o escritor seu homônimo contemporâneo, sobre a família do historiador e sobre os continuadores das suas “Décadas”.
Em uma mercê a João de Barros referente à sua capitania do Brasil, datada de março de 1561, nas terras que chamam pitigares, consta que ele enviou uma armada há vinte anos onde despendeu muito de sua fazenda e outra há cinco anos onde foram seus dois filhos a povoar a dita terra. Essas datas correspondem mais ou menos a 1540 e 1555.
No último artigo falamos sobre uma petição de Jerônimo de Barros,  dono de uma capitania de 50 léguas ao longo da costa dos potiguares e vinte cinco na boca do Rio Maranhão, que herdou do seu pai, por ser primogênito. Hoje, vamos falar do irmão, João de Barros, que veio com ele para o Brasil, onde passaram mais de cincos anos, conhecendo mais de 500 léguas de costa. No livro de Baião constam muitas informações sobre as dívidas de João de Barros, que ele deixou por escrito, talvez, em algum testamento.
 Vamos priorizar, resumindo-as, as informações que se relacionam com o Brasil, seus familiares e algumas pitorescas.  Pena que de Jerônimo e João não se conhece qualquer relato circunstanciado dos cincos anos que passaram no Brasil. Vejamos as proezas de João de Barros, o filho.
Conta João de Barros, que sendo moço, quando se foi do Brasil, na Ilha Margarita jogou, sob sua palavra, com o cura de lá, que lhe ganhou duzentos cruzados, que lhe mandaria, e, que tinha pai e mãe, e mais não tinha para lhe pagar. Essa Ilha deve ser a que existe na Venezuela, no mar do Caribe.
A Bento Dias, do Brasil, devia vinte mil réis, parte deles por empréstimo de muito boa mente, e outro deles me ganhou em casa de Dom Álvaro Coutinho em Almeirim. Encontrei dois Almeirim, um no Pará e outro em Portugal, no Distrito de Santarém. Talvez, seja o do Pará.
O filho de Antonio de Coimbra, no Brasil, me serviu alguns dois anos e meio ou três e chamava-se Miguel, e nunca dei nada a seu pai e mãe, somente mil reais uma vez. E este moço serviu-me muito bem, deem alguma coisa a seu pai e mãe. Um filho de Diogo Castanho, de Leiria, que se chamava Fernão Castanho, me serviu, me parece, dois anos no Brasil e morreu lá, também aos herdeiros do dito Castanho deem alguma coisa, parece-me que tem mulher. Mas, resta aqui que estes dois moços eu não os levei ao Brasil, ainda que o Miguel, do amo, parece-me que já ia meu criado, e assim iam a buscar vida como eu, que a ia buscar, mas contudo deem-se alguma coisa para eles ficarem contentes. Havia um Diogo Castanho, de Leiria, processado pela Inquisição, em 1611, possivelmente, dessa família. 
Um irmão de uma guarda, que se chamava Antonio Gomes, e era parente do Bispo Pinheiro, me serviu um ano, pouco mais. Um seu irmão, no Brasil, e cá em Portugal. Também à mãe, lhe dê alguma coisa que deve ser viva.
Uns botões e medalha que Antonia de Azevedo emprestou a senhora Ana de Almeida para mim e eu nunca  mais lhe dei. Pedir-lhe perdão disto, não valia muito.
João Gonçalves de Câmara (será o Zarco) devo três mil réis que me emprestou, mas ele ganhou-me mais dinheiro em jogo, que eu não sabia jogar, não sei se sou obrigado a pagar-lhos.
Aos herdeiros de Álvaro Pais de Souto Maior, tio de Fernão Gomes de Grãa, de uns arcos de ferro que me deu em Cananor que lhe entregasse em Cochim (Índia), se perderam os arcos que valeriam mil e oitocentos réis. Álvaro Pais é citado no livro Décadas, de João de Barros, e foi capitão de Cananor.
A umas mulheres do tempo que estive em Santa Bárbara que vendiam vinho lhe fiquei devendo dois tostões, dei-nos a quem mandar um teólogo.
João de Barros, o cônego de Algarve, meu irmão Lopo de Barros e eu quando viemos de Mazagão nos emprestou dinheiro, devemo-los ambos, mas eu mais. Nunca o pediu, não sei se nos quitou, saber de seu testamento.
Lopo de Barros, meu primo, quando foi para Índia me mandou de Évora, um moio de trigo e não sei que coisas de carne de porco. Quando vim, não lhe mandei nada, o que foi mal feito, prometendo-lhe que faria. Saber se sou obrigado. E assim o seu parente, escrivão da Câmara de Évora, que é falecido, me mandou não sei quantos presuntos e dois queijos e nada lhe dei, saber o que sou obrigado a isto.
A senhora Maria de Barros, minha irmã, dois mil e quinhentos lhe darão por uma capa barrada que lhe deu meu irmão Antonio de Barros, e que me perdoe.
O nosso contra mestre, baixo de corpo, que foi com v.m (deve ser Jerônimo) e comigo ao Brasil e pousava em Boa Vista, lhe houve de Diogo de Castro uma estrica, e ele me emprestou vinte cruzados e minha intenção era pagar-lhe, e depois lhe dei uma capa em cruzados que bem vendida foi, e lhe fico devendo outros dez por um assinado meu, se sou obrigado a pagar-lhe isto ou não, pergunte-se, e peça perdão.
A uma filha de mulher que mataram que se chamava C.ª Figueiro, diz a moça que emprenhou de mim uma filha, ela está no Limoeiro, pressa de saber dela se é viva, já lhe mandei perguntar, não me respondeu, porque quem lá foi não apertou com ela, saber se é viva a menina, e que lha tomem, ainda que não seja minha, se é consciência e a metam, por servidora, em um mosteiro longe de Lisboa.
E sendo caso, que eu depois de morte seja obrigado a pagar o dote da senhora Izabel, minha irmã, que em tal caso, peço o senhor Lopo de Barros e a senhora dona Izabel, se queiram pagar pelos rendimentos da capela, e nisso se ajam como irmãos que são.
Ao Nuno, que dizem ser meu filho, e por este se criou, dos Rendimentos da Capela por espaço de oito anos, lhe deem dezesseis mil em um colégio para aprender, para frade, latim, e, não querendo ele, deem cem cruzados e o mandem caminho da Índia, e não lhe dou mais por que não posso, mas a ele lhe peço muito que seja religioso porque esta é a verdade.
João de Barros, 1º capitão do RN.


CELESTINO PIMENTEL


Jurandyr Navarro

Procurador do Estado, aposentado, e Presidente

do Instituto Histórico e Geográfico do RN

Relembro o Atheneu Norte Rio-grandense dos anos 40, no seu antigo prédio da avenida Junqueira Aires, da subida da Ribeira. Evoco emocionado esse tempo da minha mocidade.

Educandário criado em 1834, o primeiro ou segundo do Brasil, por lá passou um sucessão de gerações. Mestres-escolas, docentes outros, funcionários e estudantes deram vida àquela escola de humanidades.

De época em época, pontificavam em suas salas de aulas artífices da sabedoria magisterial, dentre esse corpo docente houve, também, nomes que se destacaram na direção do seu destino.

Um deles foi Celestino Pimentel, professor dos mais ilustres e ilustrados.

Autores aludem que os primórdios da escola pública são consignados desde a batalha de Maratona, Grécia, quando a cidade de Trezena hospedou velhos e crianças, sob a ameaça dos Persas, ocasião em que os Trezenenses alimentaram e pagaram os salários dos mestres educadores, fato narrado por Plutarco, no livro “Vida de Temístocles”. Séculos depois, Políbio, historiador, censura Roma por ainda negar a instrução às crianças, uma medida já antiga utilizada pelos gregos. Tal iniciativa helena é gravada em inscrições referentes à estatização da escola. Havia legislação atinente à educação das crianças, por parte do poder público. Em Roma o educador inicial era o chamado pater familae.

Relatos históricos da época assinalam ter sido Espúrio Carvílio o pioneiro em abrir uma escola em Roma.

Dessas raízes, alteou-se a frondosa árvore da Escola Pública até os nossos dias.   O Atheneu, no Rio Grande do Norte, do Brasil, recebeu essa herança bendita, abençoada através dos séculos, em abnegação e trabalho.

O velho educandário hospedou durante anos um verdadeiro símbolo principalmente nos anos 30/40 que se chamou Celestino Pimentel, cujo nome incorporou-se à sua existência.

 Vocacionado para a instrução pública, o conhecido educador lecionava o idioma inglês. Na sala de aula pontificada a sua pedagogia conservadora, tipo lorde britânico, ensinando uma língua enviesada para a época, suscitando a curiosidade geral dos alunos. Nesse tempo, um dos nossos colegas, chegando em casa foi indagado pelo pai, se o inglês era difícil, respondeu: “muito difícil, papai. Basta dizer ao senhor que as palavras dessa língua tem três significados. Por exemplo: o professor disse uma palavra que se escreve five, pronuncia-se  faive e quer dizer cinco!”

Todavia, tais dificuldades de começo eram resolvidas pela didática compreensiva do mestre experimentado neste mister.

Celestino Pimentel, pela sua capacidade, credenciou-se a ocupar um cargo importante,  conferido pelo poder público: - o de tradutor oficial da língua inglesa do Estado. E nessa investidura, de grave responsabilidade, permaneceu por longos anos.

Era ele conceituado docente, porém, denotava um perfil bem característico diverso do usual da sala de aula. Vocacionado se apresentava mais para dirigir do que para lecionar, embora se apresentasse um professor dos melhores.

O lugar de Diretor de estabelecimento escolar preenchia os requisitos de sua personalidade, cuja empatia era portadora de liderança. Tinha ele mais qualidades para o pragmatismo das ações. O desempenho irrepreensível no posto de comando, a política educativa junto ao alunado e a sintonia bem correspondida ao lado dos colegas professores, constituía-se no trinômio plausível a uma salutar administração.

Reunindo esses requisitos positivos, o seu nome foi, progressivamente, aclamado, durante anos, para a direção do velho Atheneu. E sob o seu criterioso comando o vetusto educandário, famoso se tornou na historia da instrução pública do Rio Grande do Norte.

Lembro-me de alguns componentes da sua diretoria, os executores dos chamado serviços burocráticos, que era composto por figuras importantes da nossa sociedade de então. Todos eles, competentes e cumpridores dos seus deveres funcionais.

Chamavam-se Emídio Fagundes, maçom ilustre da época; Sérgio Santiago, secretário e escritor de livros sobre o Espiritismo e outros assuntos; Elesbão de Macedo, inspetor de alunos, vocacionado para a Política, tendo, depois, sido eleito Vereador.

O professor Celestino marcou época na direção do Atheneu. O biótipo lembrava o estrangeiro anglo-saxônico, de tez corada, alvo, aquilino, dolicocéfalo e de gestos nobres.

 Recordo que ele se apresentava um docente e dirigente incansável. Dava expediente diário, o dia todo, no velho educandário. Nas horas vagas gostava de fumar charuto, de cheiro suave. De costume, portava terno azul, de paletó e gravada e era temível nas provas orais do final do ano, provas complementares dos exames escritos parciais.

Recordo-me que em períodos de férias regulamentares convidava professores para dar Cursos de Férias. Num desses cursos a cargo do professor Antônio Fagundes, houve uma palestra do padre Luiz Monte, Professor de Latim e Matemática, que discorreu sobre o tema, “Formação Moral e Cívica da Mocidade”, realizado se me não engano, na Associação dos Professores, prédio localizado na avenida Rio Banco, desta Capital. De outra feita, a palestra ficou sob responsabilidade do professor Clementino Câmara, intitulada “Caldeamento de Raças; o mestiço, o mulato e o cafuzo, depois do descobrimento do Brasil”.

Noutra data, o palestrante foi o professor Israel Nazareno, que teceu comentários sobre “o Idioma Nacional e a nova ortografia”.

Era assim Celestino Pimentel, trabalhando sem alarde, mas, sempre atuante e delegando tarefas educacionais a outros colegas de magistério, contanto que o aluno não ficasse esquecido.

Raramente era visto sentado no seu birô da sala da Diretoria. A sua constante era o atendimento com o professor, o funcionário e o aluno.

Homem de simplicidade a toda prova, no seio da família, na Diretoria, na sala de aula, e na sociedade. O recato também era outro atributo da sua personalidade marcante.

A figura eloqüente do professor Celestino Pimentel deverá ser mais cultuada pela geração presente. O seu nome não deve ser esquecido na memória da educação pública do Rio Grande do Norte.


30/03/2014

CINEMA



Rocky Lane

Juarez Chagas/Professor do Centro de Biociências da UFRN (Juarez@cb.ufrn.br) 

          Completei este Ano “10 anos” como articulista em O Jornal de Hoje e, para continuar enumerando o número dez, sendo os artigos publicados semanalmente, se fosse contar (posso fazer isso, pois tenho separados e guardados em dez volumes, todos os artigos publicados no tablóide) somaria mais ou menos 500 (quinhentos) artigos, uma vez que num mês publico de 4 a 5 artigos, ou seja, uma vez por semana, isso multiplicado por dozes meses ao ano...É importante observar que, ao longo desse tempo, não teria deixado de escrever mais do que dez artigos, ao todo. Isso por razões diversas, como feriados, problemas em computadores, viagens, etc.

          Já que comecei o artigo introduzindo essa questão, confesso que isso me envaidece por dois motivos específicos: regularidade na publicação dos artigos sobre temas variados e, por manter, por opção, publicação apenas neste Jornal de Hoje. Acrescentaria ainda outro fator pessoal que é, neste mesmo jornal, fazer parte de um seleto grupo de escritores e articulistas, alguns dos quais têm mais tempo do que eu.

          Estatística à parte, é inegável dizer que ainda há assuntos ou temas sobre os quais ainda não escrevi e que, gostaria de escrever. Sobre Rocky Lane tem sido um deles. A propósito, recebi ontem do Ebay (espécie de mercado livre pela internet) o livro que vinha buscando há muito tempo e não conseguia encontrar “Allan Rocky Lane-Replubic´s Action Ace, considerado raridade, inclusive nos Estados Unidos, onde o ator cowboy nasceu e brilhou como poucos nos filmes de westerns ou faroestes, como se costuma chamar no Brasil. Agora, além dos dez primeiros números originais da revista Rock Lane e uma coletânea de filmes e seriados com 51 títulos, tenho sua difícil biografia. Na verdade, Rocky Lane era, dividindo espaço com Roy Rogers e Rex Allen, um dos principais mocinhos dos seriados e filmes B´s de farwest.

          Allan Lane, mais conhecido como Allan “Rocky” Lane (Mishawaka,  1904 - Califórnia,  1973) ator norteamericano que se especializou em Westerns B, tendo sido o grande cowboy da Republic Pictures no final dos anos 40 e início dos 50, tendo atuado em mais de 125 filmes e shows de TV. Sua carreira estendeu-se de 1929 até 1966, quando dependurou os revólveres cinematográficos.

          Além dos westerns, teve também importantes participações, inclusive num filme Alfred Hitchcock Presents, no episódio "Lamb to the Slaughter" em 1958. Também se tornou conhecido por fazer a voz do cavalo na série de TV Mister Ed, nos anos 1960.

          O mais famoso mocinho dos seriados dominicais do cinema, Rock Lane era disputadíssimo tanto nas telas como nas revistas em quadrinhos, pela garotada dos anos 50 e 60, quando sua fama atingiu o auge, mesmo já estando ele praticamente recluso e fora das telas.

          Seu primeiro Western foi em 1938, “The Law West of Tombstone” (“A Lei da Terra dos Bandoleiros”), para a RKO Pictures, ao lado de Harry Carey, Tim Holt, Tom Tyler e Ward Bond, onde interpretava um “fora-da-lei” Em 1953, fez seu último Western-B para a Republic, e depois disso fez apenas alguns papéis secundários para a Universal Pictures, sendo seu último filme, para a Rank, “Geronimo’s Revenge” (“A Vingança do Pele-Vermelha”). Antes deste último filme, já no final de sua carreira, interpretou um papel secundário no filme de Audie Murphy “Hell Bent for Leather (Com o dedo no Gatilho), em 1960.

          Antes de se tornar o famoso cowboy Rocky Lane, Allan Lane fez outros papéis importantes como o seriado de 1940 “O Rei da Polícia Montada (King of the Royal Mounted) e também o seriado de Nyoka “Daredevils of the West” (“A Tribo Misteriosa”) em 1943, e “The Tiger Woman” (“A Mulher Tigre”), em 1944. Também entre 1944 e 1946, Lane estrelou seis filmes para a Republic, substituindo Don “Red” Barry, o primeiro deles “Silver City Kid (À Procura do Assassino), em 1944.

          Mas, como não há um bom sem defeito, Allan Rocky Lane também era tido, por seus próprios colegas e pouquíssimos amigos de filmagens, como a pessoa mais antipática e arrogante que se conhecia. “Ele parecia um cavalo batizado e foi a pessoa mais desagradável e “besta” que já conheci”, falou na época Kay Aldridge, a Nyoka do seriado que teve que dividir com Allan Lane.

          Então, vale o ditado que diz que “nem tudo que brilha é ouro”, mas se alguém fosse falar isso para os fans de seus filmes e seriados, na época, certamente não ouviria boas coisas.

 

29/03/2014

UM PEDAÇO DA MINHA VIDA, final



 



Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes

Apesar de tudo fui prestigiado com uma bela festa. O local que me abrigou nas comemorações foi cedida pela minha vizinha – Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, no Centro Pastoral Dom Heitor de Araújo Sales, no nº 615 da mesma rua da Conceição, através do seu vigário Padre Francisco Flávio Herculano de Oliveira.
  


Casa cheia de autoridades, muitos amigos e companheiros e até a Banda de Música da Gloriosa Polícia Militar. A rua estava iluminada pela Prefeitura e em perfeita segurança – fiquei feliz.
  

Registro, com orgulho, os meus novos moradores, que tiveram seus nomes proclamados: Sócio Benemérito Antonio Luiz de Medeiros; Sócios Honorários Coronel José Hippólyto da Costa, Luiz Gonzaga Meira Bezerra e Cleóbulo Cortez Gomes; Sócios Correspondentes Maria de Lourdes Lauande Lacroix e Alberto Rostand Fernandes Lanverly de Melo e Sócios Efetivos Aldo Torquato da Silva, Diulinda Garcia de Medeiros Silva, Francisco Obery Rodrigues, Helder Alexandre Medeiros de Macedo, José Eduardo Vilar Cunha, José Humberto da Silva, Newton Mousinho de Albuquerque, Onésimo Jerônimo Santos, Paulo Heider Forte Feijó e Públio Otávio José de Sousa.
  

O Professor Cláudio Galvão me trouxe a saudade de volta e abriu o meu álbum de velhas fotografias, registrando todos os que me criaram através do tempo, até o Professor Jurandyr Navarro da Costa.
As arquitetas Dulce Albuquerque e Alenuska Lucena apresentaram as minhas vestimentas no futuro.
  
O Chefe atual da minha casa, escritor Valério Mesquita, em noite de grande inspiração, enalteceu a minha existência e prometeu proteção para minha sobrevivência e a Diretoria me prestigiou.
O IPHAN me presenteou com a autorização para continuar os serviços de minha revitalização. 

Confraternização marcante. Estou acreditando que terei melhores dias.

Obrigado a todos.

Respeitosamente, INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE, apelidado de Casa da Memória por Câmara Cascudo.



UM PEDAÇO DA MINHA VIDA, 5





Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes



Andaram querendo me dar um banho e retirar a poeira que danificam o meu corpo, mas um “amigo oculto”, à sorrelfa, foi se queixar ao órgão que vela pela preservação do patrimônio histórico e artístico nacional e ele teve de intervir junto aos meus zeladores, já fez a devida vistoria e aguarda-se a decisão pela continuidade dos serviços. Não sei o que será feito contra quem ousou essa tentativa de me prejudicar. Bem, existe um pelourinho na minha entrada, que ainda poderá ser usado. E o denunciante anônimo espero que fique distante de mim, embora desejasse conhecê-lo.

Houve até quem dissesse que eu já tinha vivido demais e estava esgotada a minha capacidade de servir.

MEU DEUS, O QUE SERIA DE MIM!