16/09/2017



   
Marcelo Alves


A Biblioteca da Big Apple (II)

No artigo da semana passada, ressaltei aqui a história e as qualidades estéticas da sede principal da “New York Public Library”, batizada de “Edifício Stephen A. Schwarzman”, que fica, como sabemos, no número 476 da granfina 5ª Avenue (metrô 5ª Avenue ou 42ª Street/Bryant Park). No estilo “beaux-arts”, tombado pelo governo dos Estados Unidos da América como “National Historic Landmark”, o garboso edifício é um dos mais representativos marcos arquitetônicos novaiorquinos. 

Entretanto, a “New York Public Library” não é só história e belezura. 

Ela é uma instituição viva que funciona muitíssimo bem. 

Antes de mais nada, a “New York Public Library”, a exemplo de outras grandes livrarias mundo afora (como a “British Library” e a “Biblioteca Nacional de España”, em Londres e Madrid, respectivamente), funciona como um excelente museu. Estão lá, para a nossa apreciação, desde belíssimas iluminuras com mais de mil anos ao original do discurso de despedida do Presidente George Washington (1732-1799), passando pela primeira Bíblia de Gutemberg (1398-1468) que chegou aos Estados Unidos da América, entre outras preciosidades. Do balacobaco é a coleção de mapas da “NYPL”, que se afirma, e não tenho porque duvidar disso, uma das maiores do mundo. E isso sem falar nas amostras e exposições temporárias, como uma sobre Alexander Hamilton (1757-1804), nela chamado de “Striver, Statesman, Scoundrel”, que coincidiu com a minha última estada por lá, coisa de outubro do ano passado. Essa exposição, aliás, até me interessava. Mas como ela era, tirando pelo título, depreciativa ao heroico “founding father”, morto em duelo, confesso que, de birra, a boicotei. 

Em segundo lugar, embora gigante (seu acervo é contado em mais de uma dúzia de milhões de títulos, percorrendo os mais variados temas) e visitada por mais de 10 milhões de leitores anualmente (profissionais e diletantes, ilustres e anônimos), a “New York Public Library” é muito funcional. 

Nesse ponto, talvez a grande sacada dos seus idealizadores tenha sido projetar a sala de leitura principal no último andar e os seus muitos quilômetros de estantes espalhados pelos andares mais abaixo. Como registram os autores de “A biblioteca: uma história mundial” (Edições Sesc, 2016, e cujo título original é “The Library: a World History”), James W. P. Campbell (texto) e Will Pryce (fotografias): “do ponto de vista de um bibliotecário, isso era ideal”. Já à época, os “livros eram movidos utilizando elevadores e esteiras elétricos diretamente das estantes para as mesas na sala”, registram os mesmos autores. No mais, a sala de leitura foi posta no topo do edifício “porque seu teto podia ser alto e possuir janelas amplas que permitissem a entrada da maior quantidade de luz possível”. Hoje essa grande sala de leitura é chamada “Rose Main Reading Room” (em homenagem a Sandra Priest Rose e Frederick Phineas Rose, que financiaram sua restauração em 1998). Dividida em duas pelas escrivaninhas dos bibliotecários, originalmente na grande sala cabiam 490 leitores; hoje, 624. Coincidentemente, em outubro do ano passado (quando lá estive), a “New York Public Library” e a cidade de Nova York como um todo estavam comemorando, após mais de dois anos de uma nova reforma, ao custo de uma dúzia de milhões de dólares, a reabertura da “Rose Main Reading Room”. Precavido, até guardei uma reportagem de jornal sobre o evento, sabendo que um dia faria uso dela aqui. Lembremos, por fim, que essa é apenas uma das várias salas de leitura da “NYPY”. Existem outras, dedicadas às coleções especializadas, que, por óbvio, são mais modestas. 

Na verdade, a “New York Public Library” foi idealizada, nas palavras dos autores de “A biblioteca: uma história mundial”, como “uma máquina eficiente para o armazenamento, recolhimento e reorganização dos livros”. E isso eu pude constatar pessoalmente, no que toca aos seus recursos e à sua funcionalidade quando daquele meu fatídico carnaval de 2006 em Nova York, de tristíssima figura, em que eu resolvi passar boa parte dos meus dias na “Big Apple” enfurnado, pesquisando na “New York Public Library” para o tal projeto de doutorado que eu estava então entabulando. Pelo que me lembro, trabalhei/pesquisei bastante na “Mid-Manhattan Library”, que fica no número 455 da 5ª Avenue (mais ou menos na altura da 40ª Street) e é uma das subsedes “New York Public Library”. Aberta até mais tarde se comparada com a sede principal (até coisa de 23 horas, acho), tive acesso livre, com um mínimo de burocracia (hoje é fundamental requerer um cartão temporário para pesquisador visitante). Paguei por um cartão de cópias e mandei brasa. Ainda hoje tenho umas tais “Letters” do “Chief Justice” John Marshall (1755-1835), contemporâneas ao caso “Marbury v. Madison” (1803), que não usei para coisíssima alguma. 

Aqui surge um terceiro ponto que eu quero destacar: a “New York Public Library” não é só o “Edifício Stephen A. Schwarzman” da badalada 5ª Avenida. Como mão longa da instituição, são quase uma centena de pequenas sub(sedes) espalhadas pela cidade (noventa e duas, mais precisamente, quando da minha última estada por lá), a exemplo da “New Amsterdam Library” (Murray Street, nº 9), que visitei e achei bastante dedicada, com cursos e eventos literários, à comunidade local de leitores, tanto adultos como crianças. Algumas dessas “filiais”, entretanto, não são tão pequenas assim – na verdade, são enormes –, como a já referida subsede do número 455 da 5ª Avenue (que mantém interessante programação com filmes e palestras sobre livros e literatura) ou a do número 188 da Madison Avenue (esta dedicada às ciências, à indústria e aos negócios), que também visitei para poder escrever este riscado para vocês. 

E isso tudo sem falar nos recursos online disponibilizados pela “New York Public Library”, para que o leitor/pesquisador possa trabalhar “fora da biblioteca”. Tive a oportunidade de xeretar o catálogo da subsede “Science, Industry and Business Library” (referida acima) e ele é fantástico. Um outro – e admirável – mundo novo. 

Bom, se é para botar um único defeito na “New York Public Library”, aponto a sua lojinha do prédio principal. Achei fraca, sobretudo se comparada com a lojinha da “British Library”, sobre a qual, recordo-me bem, já tratei aqui. Mas isso pode ser só mais uma birra minha com a “NYPL”, que é realmente única, como única é a cidade que a hospeda. 

Marcelo Alves Dias de Souza 
Procurador Regional da República 
Doutor em Direito pelo King’s College London – KCL 
Mestre em Direito pela PUC/SP


   
Marcelo Alves

A Biblioteca da Big Apple (I)
Faz já um bocado de anos – acho que foi em 2006 –, eu resolvi passar um carnaval em Nova York. Até aí tudo bem. Embora não fosse uma Olinda ou uma Salvador, era uma decisão razoável. O problema é que eu também decidi – e agora, retrospectivamente, vejo a insensatez dessa minha segunda decisão – passar boa parte desses meus dias na “Big Apple” realizando estudos para um projeto de doutorado que eu estava à época preparando. 

Bom, de toda sorte, foi aí que eu conheci – no que toca aos seus recursos e à sua funcionalidade – a famosa “New York Public Library”, que, para nossa sorte, tem seu edifício principal muitíssimo bem localizado, sob o ponto de vista do turista novaiorquino, no número 476 da famosa 5ª Avenue (metrô 5ª Avenue ou 42ª Street/Bryant Park). 

Para quem não sabe, a complexa história da “New York Public Library”, como explicam Guillaume de Laubier e Jacques Bosser, em “Bibliothèeques du monde” (Éditions de La Martinière, 2014), tem “início em 1848 com uma doação – considerável para a época – de 400 mil dólares por John Jacob Astor [1763-1848], o americano mais rico do seu tempo, que visava criar uma biblioteca de referência aberta ao público [novaiorquino]”. Lembremos que o desenvolvimento das instituições culturais de Nova York ainda não havia acompanhado o crescimento econômico daquela que se tornou a mais populosa e importante cidade norte-americana. Já em 1870, segundo os mesmos autores, “um rico negociante e empreendedor imobiliário, James Lenox [1800-1880], decidiu criar uma biblioteca a partir da sua rica considerável coleção de obras raras, manuscritos e documentos da história dos Estados Unidos da América”. 

Entretanto, essas duas bibliotecas, além de elitistas, sofriam com a falta de financiamento permanente. E foi nesse contexto que, por volta de 1892, surge uma terceira personagem, Samuel J. Tilden (1814-1886). Ex-governador do estado de Nova York, candidato democrata vencedor no voto popular à presidência do país em 1876 (mas que não levou o “prêmio” por espúrias manobras da época), ela havia destinado sua considerável fortuna a uma fundação encarregada de criar uma grande biblioteca pública e gratuita para a cidade. 

Após complexas negociações, como lembram os já citados Guillaume de Laubier e Jacques Bosser, “a Fundação Tilden e as bibliotecas Astor e Lenox findam por se fundir sob o nome de New York Public Library, uma sociedade privada sem fins lucrativos”. A ideia, basicamente, era utilizar a dinheirama para juntar as duas coleções preexistentes e colocá-las em novo e belo edifício apto a futuras expansões. À frente da instituição é alçado John Shaw Billings (1838-1913), célebre bibliotecário, que imediatamente se dedica a “unificar as coleções, a recrutar os profissionais especializados, a criar um catálogo e [o mais importante para nós] a lançar a construção de um novo edifício à altura do desafio”. 

O local dessa primeira e principal sede, que hoje se chama “Edifício Stephen A. Schwarzman”, nós já conhecemos: a badalada 5ª Avenida. 

O projeto, desenvolvido a partir de “layout” básico idealizado por seu bibliotecário, John Shaw Billings, é de responsabilidade da “Carrère & Hastings”, à época uma pouco conhecida firma de arquitetura (registre-se que outra firma de arquitetura, até mais famosa, a “McKim, Mead & White”, é responsável por mais de uma dezena de outras sedes da “New York Public Library”). De 1895, ele (o projeto) combina, com rara maestria, o velho e novo (para a época, sobretudo em termos de engenharia e funcionalidade). Segundo andei pesquisando, do ano da apresentação do projeto (1895) até a inauguração da Biblioteca em 1911, com um custo estimado de 29 milhões de dólares (em valores da época, claro), incluindo a aquisição do terreno, foram 16 anos. E, para ser mais preciso, as obras duraram de 1902 a 1911, sendo que os últimos cinco anos, a partir de 1906, foram basicamente dedicados ao embelezamento do seu interior. 

De fato, como registram os autores de “A biblioteca: uma história mundial” (Edições Sesc, 2016, e cujo título original é “The Library: a World History”), James W. P. Campbell (texto) e Will Pryce (fotografias): “Uma vez definido o leiaute, o arquiteto foi indicado e escolhido por concorrência, com plantas enviadas por todas as grandes empresas de Nova York, embora a ganhadora, Carrère & Hastings, fosse pouco conhecida na época. A pedra fundamental foi colocada em maio de 1902, o teto ficou pronto em 1906, e o prédio finalmente foi inaugurado em 23 de maio de 1911. A biblioteca já possuía 1 milhão de livros, contando com 120 km de estantes. Declarou-se naquela época que a sala de leitura principal [hoje batizada de 'Rose Main Reading Room'] era a maior de seu tipo em todo o mundo, com 23,5 m de largura, 90,5 m de comprimento e 15,5 m de altura. Várias salas de leitura subsidiárias foram construídas para as coleções especializadas”. 

Hoje chama a atenção de quem passa pela 5ª Avenida aquele gigante de mármore, clássico e conservador, embelezado por uma esparramada escadaria, colunas que não sei agora precisar o estilo e muitas e enormes janelas de metal e vidro. O interior segue o mesmo estilo clássico. As paredes de pedra, como se pode sentir desde o salão principal de entrada (o “Astor Hall”), parecem desumanamente maciças, como se estivessem lá há séculos. Afora os elevadores, muitas e grandes escadas, com muitos lances, levam às salas de leitura posicionadas acima. A “DeWitt Wallace Periodical Room” (no primeiro andar) e a “McGraw Rotunda” (no terceiro) são espaços de beleza ímpar. No geral, o ambiente – e aqui me refiro especialmente à grande sala de leitura –, é arejado e bem iluminado (através das já mencionadas janelas), sendo dominado por um teto finamente trabalhado, por mármore e outras pedras e, sobretudo, por muita madeira (mais clara que escura), ferro e aço. 

O resultado de toda essa saga – em estilo que se convencionou chamar de “beaux-arts” – é um dos mais marcantes monumentos novaiorquinos, hoje (na verdade, desde 1965) tombado pelo governo dos Estados Unidos da América como “National Historic Landmark”. E tudo isso pode ser visto e revisto: metodicamente, a partir de filme exibido na própria “NYPL” e em passeios guiados; ou diletantemente, como queiras, sem eira nem beira. 

Entretanto, a “New York Public Library” – com seus quase 150 km de estantes, espalhadas em oito andares abaixo da icônica sala de leitura principal, apenas no edifício da 5ª Avenida – não é só belezura. E isso veremos no nosso papo da semana que vem. 

Marcelo Alves Dias de Souza 
Procurador Regional da República 
Doutor em Direito pelo King’s College London – KCL 
Mestre em Direito pela PUC/SP

15/09/2017


O INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE viveu na tarde-noite de ontem (dia 14 de setembro) um momento de culto à história, com a excelente palestra do Engenheiro Manoel Negreiros, dissertando com riqueza de detalhes o tema: "A História e a Construção da Ponte de Igapó".
O evento teve abertura com as palavras do Presidente do IHGRN, Ormuz Barbalho Simonetti, que está dando nova dinâmica na atuação da Casa da Memória no que se refere à socialização da cultura histórica potiguar, despertando o interesse da comunidade.

 Iniciando a sua explanação, o palestrante apresentou slides de documentos importantes e o registro da sua presença com os construtores da ponte, ainda em plena atuação na Inglaterra. 

O assunto, pela sua importância e excelência da exposição, está a merecer uma reedição, com a presença dos estudiosos da história e da engenharia, bem assim a publicação de um livro. Parabéns ao Professor Manoel Negreiros e ao IHGRN pela promoção.

11/09/2017

Instituto Histórico e Geográfico do RN <ihgrn.diretoria@uol.com.br>


Agenda de lançamento de livros


Berilo de Castro - 28/9/2017


QUINTA CULTURAL
PALESTRAS

DATA                TEMA                                               PALESTRANTE
        
14/09/2017  - Ponte de Igapó     = MANOEL NEGREIROS                      

12/10/2017 - Câmara Cascudo e o Símbolo Jurídico do Pelorinho = VICENTE SEREJO

09/11/2017 - Atol das Rocas = ZÉLIA SENA.







OBS; O EVENTO FOI ANTECIPADO PARA AS 16 HORAS.

MEMÓRIA MUSICAL – Berilo de Castro



1 — Na década de 1960, o Aeroclube/Natal, apresentava um frequentado programa de fim de tarde e início da noite( Matinê) aos domingos, sempre trazendo uma atração musical de destaque no cenário artístico nacional. Certa feita, fora anunciado e convidado um jovem cantor/compositor de nome Roberto Carlos – o “Rei do Rock”. Era, de fato, um estranho, um desconhecido cantor, cujo maior sucesso era a música “O Calhambeque” (Road Hog -1962) composição de John Loudermilk, versão de Erasmo e Roberto Carlos (1964).
Anunciado pelo apresentador e iniciado o show, com pouco tempo, a plateia, inquieta, não curtiu, não gostou; e ensaiou   uma sonora vaia, deixando o jovem artista em situação nada agradável – uma decepção geral para os expectadores presentes.
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2 — Nas suas apresentações, que foram muitas na nossa cidade, o incomparável e inesquecível cantor romântico Altemar Dutra (1949-1983), após os seus shows se dirigia aos singelos bares da orla marítima e do centro da cidade, para curtir a madrugada tomando o seu bom uísque Chivas, cantando, esbanjando e curtindo a sua bela voz ( sem plateia —  era a sua única exigência). Sorte, muita sorte, para os poucos e felizes madrugueiros boêmios potiguares.
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3 —  Idenilde Araújo Alves da Costa (Núbia Lafaiete, Assu/RN, 1937 – Rio de Janeiro/RJ – 2007) – relatou no Programa Memória Viva, pela TV Universitária/Natal, que teve o prazer e a  honra de ser a primeira cantora escolhida pelo compositor romântico  Adelino Moreira (1918-2002), para interpretar o seu grande sucesso “Devolvi” (1961); fato que gerou uma ciumeira danada nas outras intérpretes; a mais queixosa foi  Ângela Maria.
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4 —  José Luiz da Silva (Zé Luiz, Ponta de Mato/Ceará-Mirim/RN – 1915 -1982 -Natal/RN ) foi um desconhecido compositor, parceiro do famoso cantor alagoano Augusto Calheiros (1891—1956 ), — “A Patativa do Norte”, para quem compôs e vendeu por migalhas, grandes sucessos, como: “Grande Mágoa”, “Vida de Caboclo”,  “Célia”, “Casa de Sapê”. Morreu pobre, esquecido. Sepultado no reino dos esquecidos.
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5 — Garota de Ipanema é a segunda música mais tocada no mundo nos últimos cinquenta anos; a primeira é Yesterday ( Paul Mac Cartney).   Uma das canções mais regravadas em todos os tempos, com mais de 200 versões. Cantada pela primeira vez pelo cantor Pery Ribeiro fora do Brasil – Nova York / EUA.
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6 —  A música “Grito de Alerta” (nome sugerido por Agnaldo Timóteo), do cantor/compositor Gonzaguinha, foi baseada numa história contada por Agnaldo ao seu grande amigo e confidente Gonzaguinha, sobre os desencontros do seu relacionamento com um “amigo” – Paulo César Souza, o Paulinho. A bela música foi entregue à cantora Maria Bethânia para gravar, episódio que causou ciúme, rancor e aborrecimento ao “menino ou menina” —Timóteo.
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7 —  O nosso imortal humorista Chico Anysio, foi também um grande e famoso compositor. Deu uma importante contribuição para a história da música popular brasileira (MPB). Compôs mais de 200 canções. Em parceria com o potiguar (macauense) Hianto de Almeida, gravou mais de sessenta músicas, entre elas “Conversa de Sofá”, canção que recebeu na época, do iniciante maestro Tom Jobim o seu primeiro arranjo.
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8 — O grande, famoso e imortal compositor de  sambas paulistanos, Adoniran Barbosa, autor de: “Iracema”, “Trem das Onze”, “Saudosa Maloca”, também compôs belas músicas românticas, como o grande sucesso: “Bom dia, tristeza”, em parceria com o poetinha Vinicius de Moraes. “Bom dia, tristeza / Que tarde de  tristeza / Você veio hoje me ver / Já estava ficando / Até meio triste / De estar tanto tempo / Longe de você”.
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9 —  O nosso representante maior, que contou e cantor com seus baiões, xotes e xaxados a história sofrida do povo e da região nordestina, é o autor da bela página musical romântica: “Dúvida”. “Não sei por que razão tu tens ciúmes / Não sei por que razão não crês em mim / Bens sabes que te quero e meu amor é tão sincero / É demais duvidar tanto assim, ai de mim”.
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10 —  Gilson Vieira da Silva, irmão do também cantor e compositor  Nazareno Vieira ( falecido), potiguares de Macau/RN;  o primeiro, radicado no Rio de Janeiro, é  destaque nacional  como cantor, compositor e produtor musical. Autor dos sucessos como: “Casinha Branca”,”Verdade Chinesa” “Lesões Corporais” e muitos outros.
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11 —  Lourenço da Fonseca Barbosa ( Capiba — Surubim/PE, 1904, Recife/PE, 1997). Bem jovem, foi residir em Campina Grande /PB, chegando a jogar como zagueiro, no time do Campinense Club. Aos vinte anos gravou a sua primeira música —  a valsa “Meu Destino”.  Em 1938, concluiu o curso de Direito em Recife/PE, nunca foi receber o diploma, nem nunca  exerceu o ofício.  Em 1945, gravou seu grande sucesso “Maria Bethânia”, canção feita em 1943, por encomenda do diretor Hermógenes Viana, do Teatro dos Bancários, para a peça Senhora de Engenho, de Mário Sette. A música dois anos “estourou” nas rádios com a belíssima  gravação, na voz inigualável e inesquecível de Nelson Gonçalves; gravou também em parceria com o compositor e poeta Hermínio Bello de Carvalho, a canção: “Amigo é Casa”
Foi protagonista da  primeira troça, o Galo da Madrugada, hoje, o bloco que reúne o maior número de foliões no mundo. Compôs mais quatrocentas músicas, a maioria frevos.
Berilo de Castro – Médico, escritor, membro do IHGRN  – berilodecastro@hotmail.com.br

10/09/2017



NA MANHÃ DESTE SÁBADO 9 DE SETEMBRO, A ACADEMIA MACAIBENSE DE LETRAS ENGALANOU-SE COM SOLENIDADE PARA DAR POSSE A SUA NOVA DIRETORIA E A 14 NOVOS ACADÊMICOS. 
FUNDADA NO DIA 12 DE SETEMBRO DE 2010 (ANIVERSÁRIO DE AUTA DE SOUZA), FOI INSTALADA EM SOLENIDADE NA SEDE DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DO RN NO DIA 27 DE OUTUBRO DO MESMO ANO E QUE AGORA RECEPCIONOU ESTA NOVA SOLENIDADE.


A MESA DOS TRABALHOS FOI COMPOSTA PELO PRESIDENTE CÍCERO MACEDO, QUE ENTREGOU O POSTO AO HISTORIADOR ANDERSON TAVARES DE LYRA E PELOS REPRESENTANTES DA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LETRAS (VALÉRIO MESQUITA), ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DO RN (ARMANDO HOLANDA) E INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFIO DO RN (CARLOS DE MIRANDA GOMES).
OS TRABALHOS FORAM INICIADOS COM O DESFILE DAS BANDEIRAS DO BRASIL, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE E DO MUNICÍPIO DE MACAÍBA, CONDUZIDAS POR UM GRUPO DE ESCOTEIROS, SOB O TOQUE DE MARCHAS E DOBRADOS EXECUTADOS PELA BANDA DE MÚSICA DA GLORIOSA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO QUE, EM SEGUIDA, EXECUTOU O HINO NACIONAL DO BRASIL.
APÓS A POSSE DA NOVA DIRETORIA E DOS ACADÊMICOS, USARAM DA PALAVRA O ACADÊMICO NELSON FREIRE, EM NOME DOS DEMAIS EMPOSSADOS E DO ACADÊMICO CARLOS ALBERTO JOSUÁ COSTA, QUE FEZ O ELOGIO DO SEU PATRONO JOSÉ JORGE MACIEL, CADEIRA 35.
OS TRABALHOS FORAM ENCERRADOS COM A EXECUÇÃO DO HINO DO RIO GRANDE DO NORTE.

FOI UMA BELA MANHÃ DE CONFRATERNIZAÇÃO E ALEGRIA, SENDO OFERECIDO UM LAUTO CAFÉ DA MANHÃ AOS PRESENTES. PARABÉNS.