Para retratos, porta retratos
Texto Gustavo Sobral e ilustração de Arthur Seabra
São antiquíssimos e dizem que só no último milênio vem perdendo o
prestígio com a tecnologia digital para captura de imagens fotográficas.
Mais antigos que ele, só os retratos a óleo na tela devidamente
emoldurados de reis, rainhas, nobres e papas que hoje preenchem os
museus do velho mundo. Foi a moldura, o primeiro porta retrato, e os
primeiros retratos, pintura para parede.
Sua popularidade advém do uso corriqueiro da fotografia pessoal
impressa. Levava-se o filme para revelar e os retratos corriam as pencas
para preencher os álbuns de retratos. Eram eles lembranças de momentos
da vida, viagens, aniversários, casamentos, nascimentos, celebrações,
tudo que representasse o instante presente da vida.
As bodas de prata dos avôs, a foto da formatura, aquele final de
semana na praia, o natal em família são algumas das fotografias eleitas
para exposição pela casa em porta retratos que se distribuem pelos
cômodos nos aparadores, mesa de cabeceira, prateleiras, estantes, na
parede.
Nos mais diversos materiais, madeira, plástico, vidro, acrílico,
couro, aço, tamanhos e formatos, o porta retrato é uma moldura para a
fotografia da vida.
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