14/04/2018







Cesário colecionava
tudo no mundo







Por Gustavo Sobral

Quando Cesário morreu a casa foi vendida e o marido de Tereza doou as coisas para o museu. Cesário morava na avenida Visconde Suassuna, bairro de Bela Vista, numa casa grande, no meio de um terreno muito grande. Na casa havia móveis antigos e cristais, um verdadeiro antiquário. Cesário colecionava de tudo no mundo até jornais velhos, vencidos, lidos, tinha para dar, vender e emprestar. Quando o aborrecia a bisbilhotice alheia, fechava a janela e colocava os jornais. Empilha-os, tapando a vista. No diário que tinha, tomava nota em pormenores de tudo o que acontecia na sua vida e na dos seus. Caminhava e andava sempre bem vestido. Alto, corado, esguio, era Nobre de Almeida e Castro e faleceu de velhice. Trabalhou numa firma e foi por desentendimento que acabou deixando. Depois disso, dedicou-se inteiramente às antiguidades, comprava e vendia. Aos domingos ia à missa e levava a tiracolo a mulher, Sinhazinha e as meninas suas filhas. Nísia ensinava música, Candinha era casada e Tereza era a mais moça. Os filhos, Marciano morreu menino e Antônio fugiu para o Rio de Janeiro.

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