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NÃO PRECISA SER PROFETA
Valério Mesquita*
mesquita.valerio@gmail.com
Determinismo histórico dizem que existe. Há
dezenas
de casos na política brasileira. Nunca foi tão fácil
adivinhar a
destruição do nosso planeta, num futuro não muito
distante, vítima da poluição da atmosfera, dos mares e da
natureza. Prever a
paz na África e no Oriente Médio, por exemplo,
é mero exercício de
retórica. A gênese da questão palestina não é
territorial, apenas, mas religiosa; desde o tempo do sultão
Saladino e as
Cruzadas do Vaticano. Óbvio ululante. Profecia é
coisa séria. O dom de
profetizar só ocorre com o apoio do Espírito
Santo. Assim falou Malaquias. E antes dele, Zacarias, Ageu,
Sofonias, Hebacuque,
Naum, Daniel, Oséias, etc., sem falar em
Isaías,
o maior deles. Não foram adivinhos mas profetas de
verdade.
Após essa viagem de circunavegação polar em
torno do assunto, chego a Natal, a cidade dos Reis Magos,
adventícios, visionários, adivinhos e pro7cientes. Não se torna
necessário recorrer a
eles para distinguir ou antever recessão em
Natal. Se assim
fosse, eles teriam se estabelecido nas Rocas e
deixado uma banca invejável de cartomantes e curadores.
Baltazar, Gaspar e
Belchior 7caram mesmo perdidos no deserto
das arábias em vez das
dunas da Redinha.
Não precisa ser
profeta para chegar a conclusão
que não emplacará
2021, sem que as avenidas de Natal se tornem
intransitáveis. O
número de veículos que circula já é maior, hoje,
que a capacidade de
sua malha viária. Estão 7nanciando carros
para pagar em sete anos (84 meses). Qualquer pessoa, com
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apenas um salário, sai de uma loja ou concessionária, sem
avalista, lenço ou
documento, dirigindo por aí. Quando acontecer
uma crise econômica no país, quem vai para o beleléu: a
7nanceira ou a
seguradora? Já prevejo 7las de carros abandonados
nas vias públicas por inadimplentes enlouquecidos. Não desejo
que isso ocorra mas o calote vai ser geral. Já imaginou uma
entrada de vinte por
cento no valor do bem e somente pagar a
primeira prestação em
2022? É caso de B.O (Boletim de
Ocorrência).
Outro tema para o
qual não se exige douta profecia
está nas religiões.
Algumas modi7cam o cristianismo ao seu bel
prazer e
conveniência. A boa nova para arrebanhar seguidores
reside no apelo
musical. A conversão está no tom. Jesus Cristo é
fulanizado em forró, axé, lambada, brega, carimbó, swing e
pagode. Em breve, em
vez de MPB, surgirá a MPR (Música Popular
Religiosa). Segundo
os ruidosos desse mundo nada mais espiritual,
após a palavra, que dançar
um relabucho na igreja. Dizem eles
que a unção é
contagiante. Não precisa ser profeta para antever
que essas religiões
tendem a fazer desaparecer o Cristianismo.
Não é por aí o
caminho. Estão profanando o nome de Deus.
(*) Escritor.