24/02/2016
23/02/2016
GLOSAS FESCENINAS DE MOYSÉS SESYOM
Coletânea organizada por Jardelino Lucena
jardelino@digizap.com.br
Coletânea organizada por Jardelino Lucena
jardelino@digizap.com.br
Moysés Lopes Sesyom, nasceu a 28 de julho de 1883 no sítio Baixa Verde em Caicó, no Rio Grande do Norte. Viveu em Açu-RN, a partir de 1905 vindo a falecer em 9 de março de 1932.
(continuação)
Enrolado em uma esteira
João Dudu foi tomar fé,
Só pra ver mijando em pé,
A doida da gameleira.
Quando viu uma carteira
Teve medo recuou
Ali a doida ficou
Lhe disse: eu vou à caverna
Logo ali abriu a perna
Deu um peido e se cagou.
6. MOTE
O peido que a doida deu
Quase não cabe no cu.
GLOSA
Eu conto o que sucedeu
Na sombra da Gameleira
Foi um tiro de ronqueira
O peido que a doida deu.
Toda terra estremeceu,
Abalou todo o Açu,
Ela mexendo um angu,
Tira a perna para um lado
Dá um peido tão danado
Quase não cabe no cu.
4. MOTE
Zé Leão quase se caga
Quarta-feira na novena.
GLOSA
Quase faz do cu bisnaga
Apertado, em plena rua
Ontem, ao clarão da lua
Zé Leão quase se caga.
Porém encontrou uma vaga
Pôde fazer quarentena.
Com franqueza, tive pena
Por vê-lo tão apertado.
Foi feliz não ter cagado
Quarta-feira na novena.
Zé Leão quase se caga
Quarta-feira na novena.
GLOSA
Quase faz do cu bisnaga
Apertado, em plena rua
Ontem, ao clarão da lua
Zé Leão quase se caga.
Porém encontrou uma vaga
Pôde fazer quarentena.
Com franqueza, tive pena
Por vê-lo tão apertado.
Foi feliz não ter cagado
Quarta-feira na novena.
5. MOTE
A doida da gameleira
Deu um peido e se cagou
GLOSAA doida da gameleira
Deu um peido e se cagou
Enrolado em uma esteira
João Dudu foi tomar fé,
Só pra ver mijando em pé,
A doida da gameleira.
Quando viu uma carteira
Teve medo recuou
Ali a doida ficou
Lhe disse: eu vou à caverna
Logo ali abriu a perna
Deu um peido e se cagou.
6. MOTE
O peido que a doida deu
Quase não cabe no cu.
GLOSA
Eu conto o que sucedeu
Na sombra da Gameleira
Foi um tiro de ronqueira
O peido que a doida deu.
Toda terra estremeceu,
Abalou todo o Açu,
Ela mexendo um angu,
Tira a perna para um lado
Dá um peido tão danado
Quase não cabe no cu.
22/02/2016
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21/02/2016
12 fevereiro 2016CENAS DO CAMINHO - Violante Pimentel
ÁGUA GELADA
Adriane,
adolescente de 16 anos, filha de Adriano Pimentel e neta de Francisco Bezerra e
dona Lia, morava no Rio de Janeiro. Anualmente, vinha com os pais e irmãos,
passar férias em Nova-Cruz (RN). Sob o sol causticante de uma segunda feira, a
moça observou que os feirantes se abrigavam em barracas com cobertura de lona,
para fugir do mormaço. Tomavam muita água, tirada de garrafas ali expostas, em
temperatura natural. A moça tinha espírito empreendedor e, de repente, disse
para si mesma que iria ficar rica, ali naquela terra.
A
quantidade de pessoas circulando na feira era imensa. Umas vendiam, outras
compravam, sob um sol causticante, sem terem acesso à água gelada. Cheia de
sonhos, a adolescente teve uma grande ideia: Iria vender água gelada na feira,
e, certamente, os matutos iriam ser seus fregueses. Iria ganhar seu primeiro
dinheirinho, vendendo água na feira de Nova-Cruz!!! Trabalharia por conta
própria!!! Então, pediu de presente ao tio-avô, Paulo Bezerra, um garrafão
térmico de cinco litros, para colocar água gelada, e contou-lhe a sua
pretensão:
–
Tio Paulo, eu vou vender água na feira! Aquele povo passa o dia todo nas
barracas, debaixo de um sol infernal, todos sedentos e suados. Não dispõem de
água gelada para matar a sede. Então….quem sabe, eu vendo água e faturo um
“dindim”. Vou ficar rica!!!
Paulo
Bezerra, achando interessante a ideia, forneceu-lhe o garrafão. No dia da feira
municipal, segunda-feira, Adriane acordou bem cedinho, encheu o garrafão de 5
litros com água, colocou uma caçamba de gelo dentro e lá se foi, bela e
faceira, imaginando os cifrões que ganharia no final da manhã, na feira de Nova
Cruz. Muito desinibida, saiu gritando pela feira, com o seu sotaque carioca:
– Olha a água gelada, fresquinha… 1
cruzeiro o copo!!!
A
moça subia a rua da matriz, descia pelo outro lado, voltava ao início da feira,
sempre gritando o mesmo jargão:
–
Olha a água gelada, fresquinha, 1 cruzeiro o copo!!!
Uma
hora de trabalho e nenhum copo d’água vendido; duas horas, e nada; três horas,
e nada. Lá pelas 11:30, com o garrafão quase vazio, bebido por ela mesma, e
frustrada com seu negócio fracassado “liminarmente”, a adolescente entrou no
armazém do avô Francisco Bezerra, que ali se encontrava com Dona Lia, a avó,
desconhecendo totalmente a astúcia da neta. Jamais, o próspero comerciante
admitiria que uma neta sua vendesse água na feira! Dona Lia perguntou à moça o
que estava fazendo com aquele garrafão térmico no ombro, ao que ela respondeu:
–
Estou vendendo água gelada, vovó! Pensei que fosse ficar rica aqui na feira de
Nova-Cruz! Mas, mesmo com um calor horrível, o povo não tem coragem de comprar
um copo de água gelada!!! Quem bebeu a água quase toda fui eu mesma!!!
Todas
as pessoas que se encontravam no armazém sorriram muito, menos o avô Francisco
Bezerra, que ficou indignado ao saber da iniciativa da neta. Para ele, não
passava de uma “traquinagem”!!!
Sentindo-se
incomodada com a risadaria das pessoas que ali se encontravam, a adolescente
protestou irritada:
–
Por que vocês estão zombando de mim?
Dona
Lia, a avó, às gargalhadas, respondeu:
– Minha filha, o povo do mato não
sabe nem o que é água gelada. A maioria não tem geladeira, que é produto de
luxo. Mesmo quem pode comprar, não gosta de água gelada, por causa da dor que
dá nos dentes cariados.
Decepcionada,
Adriane saiu cabisbaixa, com seu garrafão já vazio, cuja água fora usada para
matar sua própria sede. Não entendia porque, num mormaço daquele, um matuto não
admitia tomar água gelada. Maior do que o calor e a sede, devia ser o medo da
tal dor de dente!!!
E
a ideia de vender água gelada na feira morreu aí…
20/02/2016
RELANÇAMENTO - HOJE
Estimados Amigos,
Por iniciativa de Abimael Silva, do SEBO VERMELHO, será relançado hoje, das 9 às 12 h. o meu livro "Amor de Verão", com gravuras feitas pelo meu neto Carlos Victor..
Estarei lá para abraçá-los.
CARLOS GOMES
18/02/2016
GLOSAS FESCENINAS DE MOYSÉS SESYOM
Coletânea organizada por Jardelino Lucena
jardelino@digizap.com.br
Coletânea organizada por Jardelino Lucena
jardelino@digizap.com.br
Moysés Lopes Sesyom, nasceu a 28 de julho de 1883 no sítio Baixa Verde em Caicó, no Rio Grande do Norte. Viveu em Açu-RN, a partir de 1905 vindo a falecer em 9 de março de 1932.
1. MOTE
Sua avó, puta de estrada.
Sua mãe é fêmea minha.
Sua avó, puta de estrada.
Sua mãe é fêmea minha.
GLOSA
A sua raça é safada
Desde a quinta geração
Seu avô foi um cabrão
Sua avó, puta de estrada
Sua filha, amasiada
Prostituta sua netinha
Esta pariu de um criado
Seu pai foi corno chapado
Sua mãe é fêmea minha
2. MOTE
João de Souza é um sacana
Só faltava ser cabrão
GLOSA
Dança fobó, bebe cana,
Em tudo mete o bedelho,
Toca bronha e chupa grelho,
João de Souza é um sacana
Se mete na carraspana
Dentro da repartição;
É mentiroso, é ladrão,
É de uma fama corruta,
É corno, filho da puta,
Só faltava ser cabrão.
A sua raça é safada
Desde a quinta geração
Seu avô foi um cabrão
Sua avó, puta de estrada
Sua filha, amasiada
Prostituta sua netinha
Esta pariu de um criado
Seu pai foi corno chapado
Sua mãe é fêmea minha
2. MOTE
João de Souza é um sacana
Só faltava ser cabrão
GLOSA
Dança fobó, bebe cana,
Em tudo mete o bedelho,
Toca bronha e chupa grelho,
João de Souza é um sacana
Se mete na carraspana
Dentro da repartição;
É mentiroso, é ladrão,
É de uma fama corruta,
É corno, filho da puta,
Só faltava ser cabrão.
3. MOTE
Rodolfo dançando nu
Cagou em pé como boi.
Rodolfo dançando nu
Cagou em pé como boi.
GLOSA
Um caso raro em Açu,
Quereis saber o que é?
Foi visto no cabaré
Rodolfo dançando nu.
Quando ele mostrou o cu
As putas disseram: "Oi"
Um sacana que lá foi
Me disse: " pintou o sete,
Tocou bronha, fez minete,
Cagou em pé como boi".
17/02/2016
MOYSÉS SESYOM
Consta,
no site www.dhnet.org.br essa coletânea de glosas do memorável e talentoso Moysés Sesyom, organizada por Jardelino Lucena, sob o título
de “Glosas Fesceninas de Moysés Sesyom”. Quanto ao último texto, o de nº 15,
que tem como mote “Bebo, fumo, jogo e danço/ sou perdido por mulher”, e que
considero a obra-prima do poeta, tomo a liberdade de substituí-lo pelo que
tradicionalmente conheço e sei de cor, publicado originalmente, segundo
Francisco Amorim (in “Eu conheci
Sesyom”, 2ª edição, 1976, pág. 11), no jornal “A República” do dia 11 de abril
de 1942, assim:
Bebo, fumo, jogo e danço,
Sou perdido por mulher.
Vida
longa não alcanço
Na
orgia ou no prazer,
Mas,
enquanto não morrer
Bebo, fumo, jogo e danço!
Brinco,
farreio, não canço,
Me
censure quem quiser...
Enquanto
vida tiver
Cumprindo
essa sina venho,
E,
além dos vícios que tenho,
Sou perdido por mulher!
GLOSAS FESCENINAS DE MOYSÉS SESYOM
Coletânea organizada por Jardelino Lucena
jardelino@digizap.com.br
Coletânea organizada por Jardelino Lucena
jardelino@digizap.com.br
Moysés
Lopes Sesyom, nasceu a 28 de julho de 1883 no sítio Baixa Verde em Caicó, no
Rio Grande do Norte. Viveu em Açu-RN, a partir de 1905 vindo a falecer em 9 de
março de 1932
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