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07/11/2021
Acla Pedro Simões Neto está com André Felipe Pignataro e
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O ESCRAVO DANIEL
André Felipe Pignataro Furtado de Mendonça e Menezes
Presidente da ACLA
O Diário de Pernambuco, de 17.04.1875, noticiou a história do escravo Daniel, publicada, originalmente, pelo jornal Conservador, de Natal. Além do periódico pernambucano, diversos jornais do Brasil, como no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará, também replicaram essa notícia.
Daniel é protagonista de uma bela história de coragem e de demonstração de amor ao próximo, mas com um final trágico, ocorrida em Ceará-Mirim.
No dia 3 de abril de 1875, pelas duas horas da tarde, José Leão Soares da Câmara, morador no lugar Boa Vista, dirigiu-se até o lugar Capoeira Grande, próximo um do outro, onde morava seu cunhado Felippe Varella Santiago, com o fim de tirar-lhe a vida. Como não o encontrou, José Leão tentou matar a sua própria sogra, mãe de Felippe, de nome Margarida Ignacia do Amor Divino, senhora com mais de 60 anos, que também residia na mesma casa.
Ao mesmo tempo em que gritava palavras ofensivas contra D. Margarida, José Leão preparava seu bacamarte (pequena arma de fogo, parecida com um garrucha). Engatilhou e mirou na sua sogra. Daniel, escravo da casa, e que tinha 25 anos, colocou-se na frente de sua senhora, para proteger-lhe a vida. O agressor, furioso que estava, atirou, ao que a bala atingiu a perna esquerda de Daniel, um pouco abaixo do joelho, causando-lhe um grave ferimento.
Com o barulho do tiro, os outros escravos correram para casa, tendo conseguido tomar a arma de José Leão, no entanto, ele conseguiu escapar. Daniel foi acudido ali mesmo, dentro do que era possível.
O subdelegado João Secundino Pacheco compareceu ao local do crime, tão logo ficou sabendo. Ao se dirigir à casa de José Leão, e lá o encontrando, o subdelegado efetuou sua prisão, recolhendo o criminoso à cadeia de Ceará-Mirim.
José Leão Soares da Câmara, ao que parece, tinha um comportamento violento. Aliás, percebe-se, pela leitura dos jornais da época, que havia muita rixa dos senhores de engenho e fazendeiros, entre si, com crimes envolvendo escravos de outros senhores rivais.
Um ano antes, José Leão foi preso, em Capoeira Grande (mesmo local onde morava Felippe Varella Santiago), pelo tenente Francisco César do Rego Barros, por tentativa de homicídio, do qual não se tem mais informações do que aquelas noticiadas pelo Diário de Pernambuco de 26.02.1874.
Pois bem. Daniel foi conduzido para o Hospital de Caridade de Natal, onde chegou somente na noite do dia seguinte. Na manhã de 05 de abril, a equipe médica, como último recurso para salvar a sua vida, precisou amputar a perna esquerda. Ele resistiu bravamente enquanto pôde, tendo falecido à uma hora da tarde daquele mesmo dia.
Em pleno período da escravidão, de poucos valores humanos, foi justamente o escravo Daniel que, com seu ato heroico, ao sacrificar sua vida em defesa de sua senhora, deu uma grande lição de superioridade de espírito, pois, certamente, nenhum dos moradores da casa em que servia se sacrificaria por ele
02/11/2021
OREMOS PELOS QUE SE FORAM
Por: Carlos Roberto de Miranda Gomes
O dia 02 de novembro foi escolhido, no calendário religioso, como data de reverenciar os entes queridos que já retornaram para os Domínios do Criador. Recebeu a denominação de Dia de Finados, instituído inicialmente no século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, pelo abade Odilo (ou Santo Odilon [962-1049], logo depois do Dia de Todos os Santos.
Assim, com integral justiça, homenageio meus saudosos antepassados e, com maior reverência a minha sempre lembrada companheira de 71 anos de cumplicidade Dona THEREZINHA ROSSO GOMES, filha de Rocco Rosso e Rosina Louvisi e, na esfera espiritual, de Maria e José.
Com esse carinho especial, renovo minha devoção à Senhora Mãe da humanidade, não tão reverenciada por algumas religiões, desprezando a realidade bíblica quando preconiza (João, 19 25-27):
25. Junto à Cruz de Jesus estavam Sua Mãe e a irmã de Sua Mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena.
26. Ora Jesus, vendo ali a Sua Mãe, e que o Discípulo quem Ele amava estava presente, disse à Sua Mãe, eis aí o Teu filho.
27. Depois disse ao Discípulo: Eis aí Tua Mãe. E desde aquela hora o Discípulo a recebeu em sua casa.
Esse procedimento é sagrado, divino e humano ao mesmo tempo, para fixar no tempo permanente o amor e reconhecimento pelos que já se foram e deixaram os frutos.
A vida tem continuidade pelos que ficaram, é verdade, mas sem o mesmo brilho e conforto de antes.
Nesse descortinar da realidade, busco o consolo na oração, única força capaz de aplacar a tristeza e a saudade.
Vamos todos reverenciar nossos mortos, conscientes que eles estão perto de DEUS.