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24/05/2014

Remédios


Os antigos remédios caseiros

Elísio Augusto de Medeiros e Silva


Empresário, escritor e membro da AEILIJ

elisio@mercomix.com.br

Antigamente, as pessoas que moravam em pequenas cidades ou sítios não dispunham de médicos ou farmácias por perto. A solução era utilizarem-se dos recursos caseiros que conheciam.

Se alguém se cortasse colocava um pouco de pó de café em cima do ferimento. Caso estivesse no mato usava um pouco de leite de pinhão. Alguns até colocavam esterco de cavalo ou burro. Qualquer dessas medidas fazia o sangramento parar.

No caso de furúnculos (tumores), botavam uma cebola roxa com rapadura raspada, num paninho amarrado em cima do tumor.

Para doenças da pele, raspa de casca de cajueiro cozida.

Em caso de dor de ouvido usavam um chumaço de arruda ou um pouco de óleo quente no canal auditivo.

Na hora de escovar os dentes usavam pó de casca de juazeiro. Em caso de fraturas na perna ou no braço tomavam suco de mastruz e chá de vassourinha.

Como expectorante em gripes usava-se a banha de galinha e o óleo de coco. A banha do tejo e do cágado serviam para curar a dor de garganta.

Para catarro preso no peito a solução era usar mauá com sena.

No caso de argueiro nos olhos (cisco), colocava-se a semente de alfavaca.

Os lambedores de romã, mangará de bananeira, ipepaconha, casca de angico, hortelã da folha larga e miúda eram usados contra as gripes e resfriados.

Dores musculares e reumatismo eram curados com banha de carneiro capado.

Tosses e bronquites eram combatidas com mastruz com leite, que era bebido de manhã cedo, em jejum.

Em caso de panarício, colocava-se sobre ele um tomate vermelho amarrado.

As dores de cabeça eram combatidas com óleo de mocotó no café amargo. Se a dor não passasse, faziam compressas com as folhas de mamona. Segundo afirmavam a dor sumia na hora.

Para intestino preso (prisão de ventre) usava-se um purgante de óleo de rícino ou azeite preto. Para disenteria, chá de folhas de goiabeira ou pitanga.

Para catapora usavam um banho quente com esterco de vaca.

As micoses (frieiras nos pés) eram curadas com a urina das vacas.

Para o sarampo sair logo, banho quente com caroços de milho.

Na dor de dente, retirava-se o borralho do fogão para colocá-lo em um copo com água e depois se bochechava essa mistura várias vezes. Como prevenção à dor de dente, tomava-se leite de burra.

Para os rins indicava-se o chá de quebra-pedra. Nos males do fígado tomavam chá de boldo.

O leite de mamão verde com água servia para expulsar lombrigas do intestino.

Para gases intestinais dos recém-nascidos utilizavam o chá de erva-doce. Os adultos mascavam casca de laranja da terra.

Para as doenças das mulheres eram usadas as garrafadas com várias ervas medicinais na cachaça ou cerveja preta, que, depois de prontas, eram enterradas ou ficavam ao pé do pote. Essas infusões só eram consumidas curtidas, depois de alguns dias. As mulheres bebiam um cálice por dia, período em que não podiam tomar sol nem sereno.

Nas cólicas menstruais colocava-se um pano quente com sal na barriga das moças. No caso de hemorragia intensa algumas tinham até uma “reza especial”, mantida em segredo pelas famílias.

Aos que eram acometidos de hemorroidas passavam o sumo de melão São Caetano no local ou sentavam-se sobre uma “pedra da lua” dormida no sereno.

Em cabelos ressecados usavam banha de porco e óleo de coco. Também serviam para estirar os fios rebeldes.

No caso de desmaios, colocavam um pedaço de fumo de rolo nas narinas das pessoas.

Esses recursos, mesmo sem sua eficácia comprovada, eram do que se valiam os antigos. E, segundo eles, curavam realmente!






Um comentário:

  1. Tudo isso é muito bom. É por isso que acrescentavam mais anos as suas vidas.

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